Algumas estórias, tanto do oriente como do ocidente, costumam deixar-me a cuca tilintar!
É sabido que as sociedades, ao longo dos séculos, delegaram às mulheres o papel de reprodutoras. Não figuram senão como símbolos indecifráveis, vítimas da misoginia e das paixões incontroláveis das sociedades patriarcais.
Mesmo quando ocupavam posição de destaque, eram fantoches dos homens.
As respeitadas pitonisas de Delfos tinham em suas sombras, antes de Apolo, os mandatários de Atenas.
As mulheres sempre sofreram as maiores torturas físicas, no esforço de agradar seus pretendentes, ou atraí-los.
A mulher como um senso estético é um ideal inatingível para seu idealizador, o homem.
Veja alguns exemplos de dedicação à dor, não para enaltecer a alma ou as virtudes, não para ganhar o status de santa ou deusa, mas apenas para satisfazer um senso de "mais valia " masculino, uma vaidade, um flagelo às formas ideais e uma dissolução do resto que, fora da poesia, da música e da ilusão erótica, não prestou aos homens grande sabedoria para que as reconhecêssemos como mulheres reais.
CRUELDADE NÚMERO I: O ESPARTILHO
Visitem o site http://www.morbidoutlook.com/ e saberão do que estou falando. A coisa ficou desesperadora no século XVIII, com meninas morrendo cedo. A perfuração do fígado ou rins era uma constante (uma dor atroz), por causa do famigerado esmagador de cinturas. Treze ou quinze polegadas de cintura era o passaporte para um casamento na classe rica. Caso não se enquadrasse, sobrava a pobre moça as cinzas das fedorentas fábricas inglesas. As classes operária e rural puniam seus rebentos femininos com a tortura da modelagem corporal com esperança de desatolar a família do limbo em direção à pomposa ociosidade da burguesia.
Ainda hoje este fetiche produz efeitos visuais até intrigantes. Na verdade, cintura fina é mais para uma sensibilidade feminina. São muito mais as mulheres que ficam se medindo, umas as outras, neste quisito de beleza.
Fama ou curiosidade, existem estórias.
Lá vocês conhecerão um pouco de Ethel Granger e sua cintura de incríveis 15polegadas.
Foto retirada do site.Não é um site pornográfico, mas caso a sensualidade dos espartilhos cause constrangimento, por favor , não visitem o site.
CRUELDADE II: PÉS DE LÓTUS
Restrita à China, o método de bandagens dos pés foi o meio de envidenciar uma beleza inconcebível para os padrões ocidentais. As meninas de cinco anos, das classes abastadas, tinham seus pés enfaixados com bandagens que eram sistematicamente apertadas. Permaneciam o dia e a noite sentadas, gritando de dor enquanto seus pés cresciam dentro das amarras de pano. O resultado era a quebra dos ossos que, curvados para baixo, tornavam o pé pequeno.
Nenhum de nós homens poderia imaginar a dor constante e infinita dessas meninas. O tornozelo inchava e avolumava-se para garantir o equílíbrio dos pezinhos diminutos. Legada às famílias ricas no início do século X, a prática se popularizou, mesmo entre camponeses, cuja família podia dar o luxo de manter uma menina o dia inteiro sentada, sem trabalhar.
A prática varreu o tempo, até o século XX, quando tornou-se crime. O partido comunista tratou de punir o costume feudal, expondo ao ridículo as mulheres que ainda possuiam pé-de-lotus.
Nos tempos intensos do costume, os pés-de-lótus eram inseridos em sapatinhos finamente ornados e bordados. O pé, quebrado e curvado para baixo, formava uma cavidade na planta inferior. Há relatos de que estes pés tinham função erótica. Os homem imaginavam esta cavidade como uma segunda vagina, e é bem provável que a utilizassem como forma de excitação.
http://www.ccds.charlotte.nc.us/History/China/04/hutchins/hutchins.htm
CRUELDADE III: LONG NECK
É datado do século XI o uso tradicional de argolas de cobre com zinco. Este processo começa ainda cedo. É dada a menina a opção de escolher usar ou não. Se a mãe usa, a opção geralmente é a de usar. Foi argumentado que em tempos remotos, as mulheres eram vítimas de tigres famintos. Como eles atacam a garganta da vítima, o uso destes anéis no pescoço e nos braços tinha um caráter preventivo. Porém, por motivos estéticos, uma mulher da tribo KAREN, tem mais chance de se casar se usar os anéis. Hoje, cerca da metade das meninas fazem esta opção. A tendêcia é desaparecer o hábito.
Porém, originários da Birmânia, tiveram de fugir da guerra e da perseguição do governo ditatorial. A Birmânia mudou de nome, chamando-se hoje Mianmar. Tanto a Birmânia quanto a Tailândia ficam na península da Indochina.
A tribo atravessou a fronteira e viveu um bom tempo em campo de concentração na Tailândia. Graças à curiosidade e ao turismo, eles ganharam o direito de formar uma vila remota. O turismo rende dinheiro aos tailandeses, daí o interesse na continuidade da tradição.
Curiosidade: Na verdade estas mulheres não têm o pescoço maior do que o de qualquer pessoa normal. O peso dos anéis, que pode chegar até a sete quilos, deforma a caixa torácica, empurrando os ombros para baixo e dando a impressão que o pescoço é maior. Radiografias foram feitas pelo Dr.Johan van Roekeghem, um belga.
A dor é grande e constante. A fricção dos anéis no pescoço deixam marcas, feridas e estrias por toda a vida. A musculatura fica parcialmente atrofiada. Elas utilizam um travesseiro especial para dormir. Algumas mulheres de denominação Nbele, na África do sul também apresentam este costume. Tudo indica que foi um costume assimilado.
por favor, visitem o excelente blog : http://glennportal.blogspot.com/