quarta-feira

MENINA DE GUANTÂNAMO

José Martí (1853 - 1895 ) foi um herói cubano, intelectual de primeira. Homem, como Camões, de letras e armas.

Sua inquietude separatista levou-o ao confronto com as forças espanholas. Morre num deste confrontos.

José Julián Martí Pérez é o autor do belíssimo poema:

" Cultivo una Rosa Blanca " , traduzido para muitas línguas.

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CULTIVO UNA ROSA BLANCA
Cultivo una rosa blanca,
en julio como en enero,
para el amigo sincero
que me da su mano franca.
Y para el cruel que me arranca
el corazón con que vivo,
cardo ni ortiga cultivo:
cultivo una rosa blanca.
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Cultivo uma rosa branca,
em julho como em janeiro,
para o amigo verdadeiro
que me estende sua mão franca.

E para o mau que me arranca
o coração com que vivo,
cardo ou urtiga não cultivo:
cultivo uma rosa branca.
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Tradução de Anderson Braga Horta
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Os versos ganharam a composição de uma belíssima e conhecida canção, daquelas que não conseguimos parar de assobiar ou cantar depois que a música acabou.
Alguns dizem que a melodia é antiga, do início da literatura catalã, de autor desconhecido. Os poetas do Reino de Leão ( Portugal ) e os da Catalunha, trocaram muitas visitas e influências.
Raíces de América tem uma das gravações mais conhecidas, porém muitos outros intérpretes de peso deram as honras para esta canção.
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Composição: Joselito Fernandez
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GUANTANAMERA
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Guantanamera, guajira guantanamera
Guantanamera, guajira guantanamera
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Yo soy un hombre sincero
De donde crecen las palmas
Y antes de morirme quiero
Echar mis versos del alma
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Mi verso es de un verde claro
Y de un carmin encendido
Mi verso es un ciervo herido
Que busca en el monte amparo
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Cultivo la Rosa blanca
En junio como en enero
Para el amigo sincero
Que me da su mano franca
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Y para el cruel que me arranca
El corazon con que vivo
Cardo ni ortiga cultivo
Cultivo la rosa blanca
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Con los pobres de la tierra
Quiero yo mi suerte echar
El arroyo de la sierra
Me complace mas que el mar
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Eis uma das interpretações marcantes : A grega conhecida mundialmente Nana Mouskouri e o fantástico cantor francês Joe Dassin, juntos em Espanha, ao vivo. Observem, a pesar da qualidade inferior do vídeo, a técnica musical e a qualidade vocal de ambos.
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Este outro vídeo do, youtube.com, mostra uma declaração política que se refere ao um dos maiores mitos da América Latina, comparável ao libertador e idealista Simón Bolívar.Uma de suas frases mais significativas, mesmo descontextualizada:

" O verdadeiro revolucionário é movido por grandes sentimentos de amor "

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Que tal Guantanamera em japonês ? Poderia ser sânscrito, grego, russo, etc. Essa música ganhou o mundo. Aqui no Brasil, até Sérgio Reis cantou.

VERONA

Se há algo que se possa afirmar sobre Verona e que esta cidade tem uma alma eterna. O passado está por toda parte. Shakespeare teve sua mente pousando sobre a cidade para climatizar, com sofisticação e arte, a tensão trágica entre os membros dos Montéquios e Capuletos. O poder que tanto corrompe e cega foi abatido pela tragédia, trazendo a consciência e paz entre as famílias.
Petruchio, fidalgo de Verona, aparece vivaz e perseverante em " A megera domada " de Shakespeare. Nesta comédia o interessante é que a peça não termina com o casamento, tendo o casal se mudado para Verona, e o mau humor da esposa quase o deixa louco.
Ainda temos " Os Dois Cavalheiros de Verona ", uma outra comédia do mesmo autor, que a miúdo, trata da amizade e da infidelidade.
Marcante no cenário da cidade está seu rio Ádige, traçando a organização marginal da cidade.
Observem a ponte São Pedro, na foto abaixo:

http://www.britannica.com/EBchecked/topic-art/5923/110246/The-Ponte-Pietra-over-the-Adige-River-at-Verona-Italy#

http://www.initalytoday.com/veneto/verona/

http://www.icostanti-verona.com/visit_to_verona.htm

Por favor, não deixem de visitar o site :

http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=653681

O skyscrapercity tem fotos de tirar o fôlego desta cidade. Algo para encher nossos desktops com wallpapers por um mês.

Se viajarem para a Europa, não deixem de conhecer Verona. Caso queiram, por favor, envie-me suas fotos, que eu as publico aqui.

domingo

Bouguereau

William Adolphe Bouguereau
( 1825-1905 )
De todos os pintores impressionistas, o que mais me toca a alma é Bouguereau. Seria capaz de escrever longas passagens, descrevendo emocionalmente suas obras ou criando motivos, em letras, para sua magnífica composição.
Aos especialistas antecipo minhas desculpas. Pedí-los-ei perdão para uma mente intelectual simplória, no ato de apreciar ,prostrada, a beleza escomunal das obras deste pintor renegado, esquecido nos anais do impressionismo.
Para os olhos emocinalmente afetados, estas obras superam, em muito, as de Monet ou Renoir.
Quão vivas são as personagens, quão intensa é a sensação do encontro com os mitos, quão profunda a alma mergulha nos traços deliberadamente próximos do que poderíamos imaginar deste fenômeno inexplicável, que chamamos de arte!
As pinturas tocam a alma. Vão lá buscar um êxtase inebriante, insano, bêbedo. A razão se dilui. Aos sentidos norteiam-se rumos desconcertantes. Selo meus sonhos e vendo minha alma ao epicurismo ao ver um quadro de Bouguereau, despido da história da arte, sua ingrata.
O que deve Bouguereau a Botticelli ? Polemizem, se quiserem !

O nascimento de Vênus - segundo Bouguereau

O nascimento de Vênus - segundo Botticelli

O nascimento de Vênus - segundo Alexandre Cabanel

O nascimento de Vênus - segundo François Boucher

O nascimento de Vênus - segundo Kazuya Akimoto

O nascimento de Vênus - segundo Odilon Redon

RECONSTRUÇÕES

UM ACONTECIMENTO DESESPERADOR
A ignorância e brutalidade levaram a Europa a direções incertas. Um terreno sofisticado, antigo e fascinante com uma riqueza cultural jamais alcançada por nenhum outro continente, é também, esta mesma Europa, dígna de gestos cujas dimensões ultrapassam qualquer expectativa otimista. Este mesmo continente que treme ao sabor dos terremotos, ainda treme com as tensões culturais e o conceito artificial de nação que alguns cantões do leste, forçosamente, assumiram no redesenho constante das potências européias.
Dígna de louvor foi a desintregração da Iugoslávia em soberanias mais legítimas, ainda que em conflitos mútuos.
O mundo assistiu perplexo a uma guerra entre irmãos nos Bálcãs, não com simples propósitos expansionistas ou político-militares. Tratava-se de uma guerra com teor étnico. A limpeza étnica levantou um repúdio generalizado na Europa, lembrando, mesmo que distantemente, as frivolidades ideológicas do fantasma nazista.
Em novembro de 1993, uma ação estúpida militar dos croatas destruiu a Ponte Mostar.

http://www.uhd.edu/academic/colleges/sciences/engineeringtech/sad/sad_bridge_of_the_month.htm

Perdoem-me os italianos, mas acho que Mostar era mais bonita que Rialto

Esta destruição foi como que uma ferida aberta na consciência da Europa. Não se pode esquecer um símbolo da integração histórica européia como este. Guerras fizeram vítimas inocentes em todos os momentos históricos do mundo. Homens vão, sua arte fica. Algo teria de ser feito para resgatarmos esta ponte entre o mundo muçulmano e o cristão.

UM MILAGRE ACONTECEU

Esta ponte do século XVI, edificada pelo arquiteto otomano Mimar Hajrudin, foi reconstruída.
A restauração não se deu com dinheiro de um único país. França, Itália, Holanda e pasmem, a Turquia, participaram com milhões de euros. Boa parte da soma, bem mais de 15 milhões de euros, veio dos bancos.
Chega a ser emocionante ver tanta autoridade européia,representantes legítimos da nova era, voltada para o mesmo horizonte. Coisa impensável até 50 anos atrás. A arte histórica os uniu.
O evento teve ainda a participação de 52 países e um exército de jornalistas e celebridades.

Visitem o site: http://www.gen-eng.florence.it/starimost/00_main/main.htm para detalhes interessantes sobre a construção e o evento.

http://www.kakarigi.net/manu/mostar.htm

sábado

MULHER & DOR

Algumas estórias, tanto do oriente como do ocidente, costumam deixar-me a cuca tilintar! É sabido que as sociedades, ao longo dos séculos, delegaram às mulheres o papel de reprodutoras. Não figuram senão como símbolos indecifráveis, vítimas da misoginia e das paixões incontroláveis das sociedades patriarcais. Mesmo quando ocupavam posição de destaque, eram fantoches dos homens.
As respeitadas pitonisas de Delfos tinham em suas sombras, antes de Apolo, os mandatários de Atenas.
As mulheres sempre sofreram as maiores torturas físicas, no esforço de agradar seus pretendentes, ou atraí-los. A mulher como um senso estético é um ideal inatingível para seu idealizador, o homem. Veja alguns exemplos de dedicação à dor, não para enaltecer a alma ou as virtudes, não para ganhar o status de santa ou deusa, mas apenas para satisfazer um senso de "mais valia " masculino, uma vaidade, um flagelo às formas ideais e uma dissolução do resto que, fora da poesia, da música e da ilusão erótica, não prestou aos homens grande sabedoria para que as reconhecêssemos como mulheres reais.

CRUELDADE NÚMERO I: O ESPARTILHO
Visitem o site http://www.morbidoutlook.com/ e saberão do que estou falando. A coisa ficou desesperadora no século XVIII, com meninas morrendo cedo. A perfuração do fígado ou rins era uma constante (uma dor atroz), por causa do famigerado esmagador de cinturas. Treze ou quinze polegadas de cintura era o passaporte para um casamento na classe rica. Caso não se enquadrasse, sobrava a pobre moça as cinzas das fedorentas fábricas inglesas. As classes operária e rural puniam seus rebentos femininos com a tortura da modelagem corporal com esperança de desatolar a família do limbo em direção à pomposa ociosidade da burguesia.

Ainda hoje este fetiche produz efeitos visuais até intrigantes. Na verdade, cintura fina é mais para uma sensibilidade feminina. São muito mais as mulheres que ficam se medindo, umas as outras, neste quisito de beleza.
Fama ou curiosidade, existem estórias.
Lá vocês conhecerão um pouco de Ethel Granger e sua cintura de incríveis 15polegadas.
Foto retirada do site.Não é um site pornográfico, mas caso a sensualidade dos espartilhos cause constrangimento, por favor , não visitem o site.
CRUELDADE II: PÉS DE LÓTUS

Restrita à China, o método de bandagens dos pés foi o meio de envidenciar uma beleza inconcebível para os padrões ocidentais. As meninas de cinco anos, das classes abastadas, tinham seus pés enfaixados com bandagens que eram sistematicamente apertadas. Permaneciam o dia e a noite sentadas, gritando de dor enquanto seus pés cresciam dentro das amarras de pano. O resultado era a quebra dos ossos que, curvados para baixo, tornavam o pé pequeno.

Nenhum de nós homens poderia imaginar a dor constante e infinita dessas meninas. O tornozelo inchava e avolumava-se para garantir o equílíbrio dos pezinhos diminutos. Legada às famílias ricas no início do século X, a prática se popularizou, mesmo entre camponeses, cuja família podia dar o luxo de manter uma menina o dia inteiro sentada, sem trabalhar.

A prática varreu o tempo, até o século XX, quando tornou-se crime. O partido comunista tratou de punir o costume feudal, expondo ao ridículo as mulheres que ainda possuiam pé-de-lotus.

Nos tempos intensos do costume, os pés-de-lótus eram inseridos em sapatinhos finamente ornados e bordados. O pé, quebrado e curvado para baixo, formava uma cavidade na planta inferior. Há relatos de que estes pés tinham função erótica. Os homem imaginavam esta cavidade como uma segunda vagina, e é bem provável que a utilizassem como forma de excitação.

http://www.ccds.charlotte.nc.us/History/China/04/hutchins/hutchins.htm

CRUELDADE III: LONG NECK

É datado do século XI o uso tradicional de argolas de cobre com zinco. Este processo começa ainda cedo. É dada a menina a opção de escolher usar ou não. Se a mãe usa, a opção geralmente é a de usar. Foi argumentado que em tempos remotos, as mulheres eram vítimas de tigres famintos. Como eles atacam a garganta da vítima, o uso destes anéis no pescoço e nos braços tinha um caráter preventivo. Porém, por motivos estéticos, uma mulher da tribo KAREN, tem mais chance de se casar se usar os anéis. Hoje, cerca da metade das meninas fazem esta opção. A tendêcia é desaparecer o hábito.

Porém, originários da Birmânia, tiveram de fugir da guerra e da perseguição do governo ditatorial. A Birmânia mudou de nome, chamando-se hoje Mianmar. Tanto a Birmânia quanto a Tailândia ficam na península da Indochina.

A tribo atravessou a fronteira e viveu um bom tempo em campo de concentração na Tailândia. Graças à curiosidade e ao turismo, eles ganharam o direito de formar uma vila remota. O turismo rende dinheiro aos tailandeses, daí o interesse na continuidade da tradição.

Curiosidade: Na verdade estas mulheres não têm o pescoço maior do que o de qualquer pessoa normal. O peso dos anéis, que pode chegar até a sete quilos, deforma a caixa torácica, empurrando os ombros para baixo e dando a impressão que o pescoço é maior. Radiografias foram feitas pelo Dr.Johan van Roekeghem, um belga.

A dor é grande e constante. A fricção dos anéis no pescoço deixam marcas, feridas e estrias por toda a vida. A musculatura fica parcialmente atrofiada. Elas utilizam um travesseiro especial para dormir. Algumas mulheres de denominação Nbele, na África do sul também apresentam este costume. Tudo indica que foi um costume assimilado.

por favor, visitem o excelente blog : http://glennportal.blogspot.com/

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